Os resíduos orgânicos, que correspondem a mais de 50% do lixo produzido no Brasil, representam uma enorme oportunidade econômica e ambiental. Em vez de serem descartados de forma inadequada em aterros sanitários, onde contribuem para a emissão de gases de efeito estufa como o metano, esses materiais podem ser reaproveitados para a produção de biogás, energia renovável e fertilizantes naturais por meio da compostagem.Um exemplo de sucesso é o programa Composta SP, que, desde 2015, desviou toneladas de resíduos orgânicos de aterros sanitários em São Paulo. O programa oferece composteiras domésticas e realiza campanhas de conscientização sobre o reaproveitamento de resíduos orgânicos. Além disso, empresas como a Geo Biogás & Tech estão investindo na criação de usinas que transformam resíduos orgânicos em energia limpa, abastecendo indústrias e comunidades locais.
Apesar dos avanços, ainda há muitos desafios para expandir o mercado de compostagem e biogás no país. “A falta de infraestrutura adequada, especialmente em áreas rurais e cidades de médio porte, é um gargalo significativo”, afirma Renata Oliveira, engenheira ambiental e consultora de bioeconomia. “Além disso, precisamos de incentivos fiscais mais robustos para atrair investidores e tornar o setor economicamente viável em larga escala.”
A bioeconomia, que inclui o aproveitamento de resíduos orgânicos, tem o potencial de transformar o Brasil em uma referência global na gestão de resíduos. Ao investir em tecnologias e conscientização, o país pode não apenas reduzir sua pegada de carbono, mas também gerar empregos, promover a inclusão social e estimular a inovação no setor de sustentabilidade.
Fonte: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) – Composta SP.
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